São duas: Cruz M e M Cruz. Trezentos e oitenta reais pela corrida de um táxi, dois mil e oitocentos reais pela aposentadoria e cento e setenta e oito mil reais pela total revelia. Para que a balança fosse presente era necessário a medida de frases precisas . Enquanto isso, Cruz M e M Cruz poderiam argumentar, mas, tristemente, só haviam de calar. Quando uma beirando aos setenta não era, outra beirando aos cinqüenta nunca haveria de ser. Poderiam cruzar a esquina seguinte? Não, aqui, esquina só se vê nas lembranças da cidade deixada há quase meio século.
Ontem, o IML.
- Sim, haviam dois carros grandes com várias caixas. É certo dizer caixas? Não entendo de marcas de carro, pareciam vans.
Cruz M perguntou à atendente sobre o laudo de agosto ou setembro de 1997.
- Você foi funcionária? - disse a atendente
- Não, presidiária - disse Cruz M.
Agora a salvação poderia estar num laudo. No carro, M Cruz, depois de dois princípios de derrame, nos dias anteriores, parecia conformada.
- Eu? Várias tentativas, mas toda a papelada mal traçada de meio século e meia década em muitas horas e poucos dias...
- O quê?
- Não consegui borracha suficiente.
- Mas você queria apagar?
- Não, só queria...
Não sei ao certo quando surgiu o primeiro degrau abaixo. Só posso dizer que depois que M Cruz teve Cruz M, ela trabalhou muito. Ah, fez várias interrupções para o não-aparecimento de outra Cruz ou outro Cruzo. Eu não entendo isso, então falo interrupção. Pense o que quiser. Sou totalmente contra, mas não julgo, não consigo falar nisso, não consigo acreditar nisso. Cruz M, desde a adolescência, experimentou quase todas as balinhas, cheirinhos, fumacinhas e trabalhou pouco. M Cruz nunca casou. Cruz M casou antes dos vinte. Talvez, Cruz M tenha interrompido os experimentos por alguns tempos. Depois, largou o marido. Separação acontece. Ela me disse que ele batia nela. Não existia delegacia da mulher naquela época. Na verdade, nem sei quem bateu em quem. Depois, é certo que toda a vasta experiência reapareceu mais brilhante do que antes e Cruz M largou o emprego, o cuidado com os filhos... Eles foram morar com o pai, eram crianças. M Cruz fez tudo o que poderia fazer por Cruz M. Agora, Cruz M fazia tudo por M Cruz.
- É um absurdo você falar isso. Elas não fizeram quase nada. Aliás, não fazem praticamente nada.
Ontem, o IML.
- Sim, haviam dois carros grandes com várias caixas. É certo dizer caixas? Não entendo de marcas de carro, pareciam vans.
Cruz M perguntou à atendente sobre o laudo de agosto ou setembro de 1997.
- Você foi funcionária? - disse a atendente
- Não, presidiária - disse Cruz M.
Agora a salvação poderia estar num laudo. No carro, M Cruz, depois de dois princípios de derrame, nos dias anteriores, parecia conformada.
- Eu? Várias tentativas, mas toda a papelada mal traçada de meio século e meia década em muitas horas e poucos dias...
- O quê?
- Não consegui borracha suficiente.
- Mas você queria apagar?
- Não, só queria...
Não sei ao certo quando surgiu o primeiro degrau abaixo. Só posso dizer que depois que M Cruz teve Cruz M, ela trabalhou muito. Ah, fez várias interrupções para o não-aparecimento de outra Cruz ou outro Cruzo. Eu não entendo isso, então falo interrupção. Pense o que quiser. Sou totalmente contra, mas não julgo, não consigo falar nisso, não consigo acreditar nisso. Cruz M, desde a adolescência, experimentou quase todas as balinhas, cheirinhos, fumacinhas e trabalhou pouco. M Cruz nunca casou. Cruz M casou antes dos vinte. Talvez, Cruz M tenha interrompido os experimentos por alguns tempos. Depois, largou o marido. Separação acontece. Ela me disse que ele batia nela. Não existia delegacia da mulher naquela época. Na verdade, nem sei quem bateu em quem. Depois, é certo que toda a vasta experiência reapareceu mais brilhante do que antes e Cruz M largou o emprego, o cuidado com os filhos... Eles foram morar com o pai, eram crianças. M Cruz fez tudo o que poderia fazer por Cruz M. Agora, Cruz M fazia tudo por M Cruz.
- É um absurdo você falar isso. Elas não fizeram quase nada. Aliás, não fazem praticamente nada.
- M Cruz ajudou-me na adolescência e Cruz M dava-me algumas roupas.
- Não acredito. Você já pagou por isso inúmeras vezes.
- Gratidão não tem preço.
- Você, ainda, acredita que alguma coisa vai melhorar?
- Hoje, eu preciso acreditar. Só hoje. Na parede aqui de casa, elas estão lindas. Você já viu, né?
- Vi.
- E naquela época não existia photoshop.
- É.
- É, pelo menos na parede aqui de casa, elas estão tão lindas....
- Hoje, eu preciso acreditar. Só hoje. Na parede aqui de casa, elas estão lindas. Você já viu, né?
- Vi.
- E naquela época não existia photoshop.
- É.
- É, pelo menos na parede aqui de casa, elas estão tão lindas....