sexta-feira, 3 de outubro de 2008

DEPOIS

Depois da ligação anterior ao alvorecer,

Depois do estreito em seu coração,

Depois do fôlego reduzido,

Depois do estalo em seu ser,

Depois de seus olhos embaciados,

Depois do vôo do álbum de retrato,

Depois da firmeza restabelecida,

Depois da corrida pelas disposições,

Depois do esforço pela caixa merecida,

Depois da busca pelas vestes alvas já recomendadas,

Depois da escolha pelo traje sombreado,

Depois de receber tantos sentimentos,

Pode segurar-se,

Pode distanciar-se deles,

Pode demovê-la a um outro campo,

Depois recebeu um lenço,

Depois verdejou o pranto,

Depois amansou-se,

Depois, muito depois...

18 comentários:

Helena Castro disse...

nada como se distanciar um pouco da emoção imediata provocada por algum acontecimento para entender melhor.

tenha um ótimo final de semana.

beijos

Tânia N. disse...

Sheila,
Quando vc não coloca créditos é porque são seus? Nossa!
Beijocas

Sheyla disse...

Tania,
Só a primeira frase do blog é que não é minha. É da minha Alegria, de 8 anos. O resto são palavras simples e de coração.
Bjs.

Biana França disse...

Palavras simples e de coração e lindas.
Bjus.

Bel disse...

Hum... desconfio que essas imersões vêm de uma experiência cênica? Será?
Adorei o poema e suas sutilezas.
Bem bom...
Um beijo, Bel.

Karen disse...

minha querida,
a cada dia fico impressionada como suas palavras têm sido de coraçnao. ∂á para sentir suas palavras...

espero que não tenha mais prantos por enquanto...
bjs

Tatah Marley's Confissões disse...

A distancia é algo muito ruim.
To passando por isto agora!
:/
beijinhos

Elga Arantes disse...

Depois, volto...

Karen disse...

Oiii querida,
uma ótima semana pra vc! e que história de vovó é esta?? rsss
bjs

Sheyla disse...

Oi Bel,
Até que caberia uma leitura cênica. O que acho mágico em qualquer manifestação artística é a possibilidade infinita de outras releituras.
Nesse texto falo do momento em que tomei conhecimento do falecimento da minha vó. Descrevo o que senti. A caixa era o caixão. As vestes ela havia encomendado quando já achava estar perto o falecimento.
É uma longa história da qual estive presente desde o início da doença até o momento da despedida. Foram dois anos intensos.
Bjs.

Sheyla disse...

Flor e Coração,
Sou fã de vocês. Esse encontro que tiveram é mágico. Quadrado perfeito, heim?
Bjs.

Tatah,
Obrigada pela visita. Vou conhecer seu cantinho.
Bjs.

Bel disse...

Sheyla,

Voltei ao texto e Depois de tudo vi o quão perfeito é. Pensei se tratar de uma aproximação com a tua personagem. Já havia me tocado muito, mas, com a tua delicada resposta percebi que se trata de algo tão doce e sensível que até me envergonhei pelo engano. Fiquei sensibilizada.
Meus sentimentos,
Que tudo se alivie... a seu tempo.
Um beijo,
Bel.

Verson Souto. disse...

Sheyla seus textos são maravilhosos!
Fico imaginando eles sendo encenados em uma peça =)

Por acaso você já fez ou faz teatro?

Sheyla disse...

Oi Bel,
Não há nada do que envergonhar-se.
Como já disse, acho isso muito mágico. Novas leituras, outras releituras, etc.
Bjs.

Verson,
Que bom que tem gostado dos textos.
Já fui atriz e diretora de teatro.
Atualmente, estou parada, rs...
Um dia, volto.
Bjs.

O Profeta disse...

Depois de te ler, saio encantado...


Doce beijo

Layz Costa disse...

Meu Deus, que coisa mais linda.
:o

O mais mágico é que pra mim que acompanho o blog, cada vez eu pareço que te conheço mais, não de te ver, mas de te sentir, de sentir as suas palavras.
Parabéééns Sheeeyla!
=D

Obrigada pelo elogio as fotos lá do blog, tava feliz demaaais naquele dia.
beijo
=*

Unknown disse...

Não sou muito de poesia, poemas...etc, mas deste gostei, muito bom.
Abraços

Karen disse...

tem mais alguém sumida por aqui heim...bjs e boa semana vovó!