quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A vida de Estela

...
Quando acordou, ele já não existia.
- Adeus, Plutão.
O desarranjo por vir era uma certeza desprezível.
Desligou o abajur. Revolveu-se. Não quis alcançá-lo.
Que outra força gravitacional poderia os reunir?
- Às vezes se faz necessário partir, mesmo quando não se está pronto.
Contar consigo mesma era uma realidade presente.
- Artur, tem alguém chamando você no interfone! Meu filho, o que você vai hoje?
- Brincar.
- Ah...
Artur tomou o café da manhã como de costume e foi ao encontro dos amigos.
Estela parecia grudada na cadeira, olhava a mesa posta, enquanto apoiava o braço esquerdo sobre a mesa e a mão sobre o queixo. Dali, avistava um sábado de céu azul, ensolorado. Tudo parecia seguir o ritmo de sempre.
No máximo em dois dias teriam que se falar para a renovação da matrícula do Artur.
Detalhes burocráticos, ela sabia.
...
- Pelo menos, a luneta ficara.
...
Mais tarde, a noite prometia satélites.

4 comentários:

Elga Arantes disse...

Rs! (discreto e meio sem graça)
É mesmo esse o sentimento que se tem. Pelo menos, o que eu tive.
Sua sensibilidade é uma coisa!
Beijão!

Elga Arantes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Karen disse...

tantas vezes necessário. Hoje, agradeço aos céus por me livrar disso.
bjs

sblogonoff café disse...

A luneta aproxima distÂncias, mas é preciso considerar que não se pode alcançar com as mãos o que o olho enxerga perto.
Para o toque, é necessário uma espaçonave.
´`e, Arthur, brinca mesmo.
Seja feliz.
Porque tem gente que desaprende.