quinta-feira, 28 de agosto de 2008

À memória de uma parte de mim

Nasceu em 1920 , casou-se em 1933. Cinco filhos , mais um na barriga e o aviso do falecimento do seu marido. Semelhante à mãe, ela era filha única. Naquele momento, 1946, eram os filhos, a mãe e seu coração que, ainda, não consentia aquela morte. A cabeça, os troncos e os membros poderiam desnortear-se em milímetros de segundos, mas assim como sua mãe, os pés de vó Mariêta eram do norte. Verdejou o pranto, amansou tempestuosos desencontros e, em 1961, descobriu o cerrado, um alumiado recanto. Conheceu um outro homem, talvez, tão especial como o primeiro. Pedida em casamento, disse não. O menor receio de que um homem não agasalhasse seus filhos, passava longe de seu extenso manto. Sorriu muito durante a vida, festejou a família e os amigos. Em 1995, uma parte de mim elevou-se e seguiu...

6 comentários:

Biana França disse...

Sheyla, se parece tanto com inha vó...perdeu o marido quando minha mãe ainda estava dentro dela, foi embora em 1995 também. Mas viveu a vida de forma forte...como a sua vó.
Bjus

Helena Castro disse...

como antes se casavam cedo, né? 13 anos!
eram outros tempos. a fatalidade de perder alguém próximo tão cedo é muito triste. eu perdi meu pai qdo tinha 21 anos de idade. assim como sua avó, eu meus irmão e minha mãe tivemos que seguir em frente. mas a saudade é muito, muito, forte.

beijos, helena

Vica disse...

Mudaste o visual aqui, achei que tava no blog errado!! Lindo texto.

Layz Costa disse...

Sheyla, eu sou sua fã.
Acho lindo como você consegue passar aquilo que sente, tornar as palavras intensas. :D

Minha vó, meu pedacinho, está comigo e tomara que seja por longos anos. Meu grande amor.
beijo
;*

Karen disse...

Oi Sheyla,
Mulheres memoráveis como esta deixam marcas profundas em nossas vidas. O triste da história é que muitas delas esquecem que são mulheres e escolhem somente o papel de mães, vivendo assim para os outros e nnao para si mesmas.

bjs

Sheyla disse...

Karen,
Realmente, a vida para nós, mulheres, não é fácil, né?
Conciliar tantos sentimentos e tarefas, heim?
Vó Mariêta trabalhava durante o dia e dois de seus filhos tinham uma doença que precisavam de sua presença constante. Durante o dia, a mãe de vó Mariêta cuidava
deles, mas minha vó sempre dava um jeito de verificar como eles estavam. À noite, ela cuidava deles. Então, pelo pouco tempo que tivesse para conhecer outras pessoas, creio que mesmo assim ela deva ter tido alguns "flertes", como diziam naquela época, ou outros amores, enfim...
Bjs.