quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Calliandra

Caminhamos pela Água Mineral,
Estamos bem, é terça-feira de um mês qualquer,
Celebramos o abono matinal,
Você me fala daquele sonho, confiante, que irá acontecer.

Um barulhinho enquanto eu sorrio,
- Ah, é o joão-de-barro e o tucano-açu que a tua esperança aquiescem,
Fascinados, brindamos aquele cenário
E somos adubados pelas sementes que alvorecem.

Passa um senhor e diz um bom dia musical,
Sentimo-nos bem-aventurados,
Percebemos nele um bendizer fraternal.

As borboletas e os pardais anunciam:
-Amêndoa do baru, araticum, buriti,
gabiroba, jatobá, macaúba, pequi,
Temos todos esses frutos aqui.

De repente, paro diante daquele quintal,
Calliandra, a flor-do-cerrado, um tesouro em cristal,
Revela-se para mim:
- Felpuda, na cor de carmim.

12 comentários:

Elga Arantes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Elga Arantes disse...

Que lindo!!
Muito lindo!!
Olha, acho que fui muito sortuda. Não é possível que existam tantas mais pessoas, nesse mundo virtual, que mexa tanto comigo, como vocês, meninas.
Acho que caí exatamente onde desejava - ou se quer sonhava. Ou, também, pode ser que precisava saber que gente como vcs ainda existe.
É, porque atrás dessa tela tem alguém, não tem? Ou é pura viagem da minha cabeça? rsrsrsr.

Sheyla disse...

Oi Elga,
Que bom que gostou. Escrevi com o coração, heim?
Sim, eu existo, rs...
Mas adianto que sou esquisita.
Ah, já fui muito mandona "nas artes teatrais" quando não deveria ser. Ficou no passado.
Ah, tenho outros deslizes, acho que aceitáveis, assim espero, rs...
Mas sabe que melhorei um pouco... Costumo dizer que quanto mais JADE estou, JÁ DE IDADE, melhoro mais um bocadinho. De uns tempos pra cá, chamo-me de vovó. Algumas pessoas não entendem, será que é porque tenho 36? Mas adoro esse apelido que eu mesma inventei,
Vovó Sheyla.
Bjs mil.

Tânia N. disse...

Muito bonito!

Claudia Pimenta disse...

oi sheyla! ah, me lembrei de qdo morei em brasília... bjs!!!

Bel disse...

Que delicado!
Confesso que fiquei surpresa de ver o teu domínio sobre a fauna e a flora daí. Tudo de lindo que te rodeia me parece tão familiar pra ti! Achei o máximo. Nomes, sobrenomes, apelidos.
Um beijo, Bel.

Biana França disse...

Tenho das mais diversas surpresas nesse mundo.Adoro essas surpresas carregadas de sensibilidade.
Bjus.

O Profeta disse...

Olhos brilhantes maré tardia
Cabelos rebeldes em desalinho
Pés descalços no, frio barro
Um berlinde atirado ao caminho

Um bando de alegres pardais
Ou um domador de tempestades
Apenas um pássaro charlatão
Dividindo o pão em metades


Vem mergulhar com os Capitães do Calhau


Mágico beijo

Karen disse...

Que lindo...vc tem mesmo alma de poeta!
Adoro quando recebo Bom dias cantados...

bjs

sblogonoff café disse...

Nossa, moça, lindo mesmo o poema!
As rimas, a cadência, a leveza e a expressão regional do belo!!!

Tem caliandra no sertão mineiro também, só que a gente chama de esponginha. Caliandra é muito mais poético!!

Invariavelmente é assim: as flores revelando os sinais divinos, no mais simples, no mais natural!!!

Sorrisos!

sblogonoff café disse...

Sheyla, como assim, vovó?!!
Tá, é bem possível, mas 36 é a flor da idade, não acha não?!!!
No máximo tia avó, ou só tia mesmo!!!
EU estou no limiar dos 30. Tá... Faltam 4 anos, mas não me sinto vó!! Nem chego perto de me sentir. Acho que serei a prima eterna!

Ou a "parenta"" como a filósofa Copélia discorre!!!Rsrs

Sheyla disse...

Amados,
Obrigada pelo carinho.

Michele,
36 é a flor da idade da Vovó Sheyla. Aos vinte e tantos, adorava a palavra titia.
Então, pedia aos estagiários que trabalhavam comigo que me chamassem de titia. Achava tão lindo! Eles não entendiam porque a diferença de idade não era muita.
Sorriam e não davam muita bola para esse nome.
Os estagiários de agora, eu falo que sou a vovó, e eles sorriem também. Acho tão lindo a palavra vovó!
Tenho uma amiga que só agora acostumou-se com esse termo. Ela é quase dez anos mais velha do que eu.
Hoje, achei tão bonitinho, pois estávamos numa conversa ao telefone, daí falei da minha Alegria e ela disse:
-É, a vovó tem que segurar a onda.
Falou naturalmente. Achei tão lindo!
Essa é uma esquisitice. Uma entre tantas, rs...
Ah, já comprei até uma cadeira de balanço.